sexta-feira, 16 de março de 2012






Começava a fazer-se tarde e a lua estava tão cheia que servia de iluminação para todo o parque. A conversa e os risos prolongaram-se tanto que nem dei pelo tempo a passar. Tínhamos chegado no início da tarde, quando o sol ainda nos aquecia. Oh, como eu gosto destes dias! Levantamo-nos do nosso banco vermelho de jardim e, de mãos dadas e dedos entrelaçados, deixamo-nos levar pelo vento frio que já se fazia notar e demos um último passeio. Há tanta coisa que gostava de te dizer, mas são tantos os sentimentos e emoções que se baralham e cruzam em mim, que acabo por não dizer nada. Não sou muito boa a descrevê-los e qualquer tentativa acabaria certamente em frases soltas, sem sentido, e com uma certa piada no final. Mas eu sei que tu percebes. Sei que tu, com essa incrível capacidade de adivinhar o que me passa pela cabeça só com um simples olhar, percebes. Percorres-me a alma em menos de um segundo sem pronunciares uma só palavra e depois... depois sorris; como se tivesses tido a melhor conversa do mundo.