domingo, 12 de junho de 2011





Era um dia não. Peguei no carro e conduzi até onde ele me quis levar. Conduzi até me doerem as mãos. Conduzi até sentir a adrenalina crescer dentro de mim. Acabei por parar. Parei naquela praia. Na praia onde tudo começou, onde te conheci, onde nos encontrávamos apenas para conversar sem sabermos nada um do outro, nem o nome. O que conhecíamos eram apenas as histórias contadas que podiam nem ser reais, mas eu via nos teus olhos que eram. Via que eras totalmente sincero comigo tal como eu era contigo. Sentei-me e fiquei a ver o mar. O mar que tanto me fascina. O mar que tanto te fascina. O mar que tanto nos fascina! Por breves minutos recordei todas as conversas entre nós. Recordei cada palavra proferida por ti. Recordei o dia em que deixaste de lá ir e eu esperava por ti na esperança que tu voltasses. Recordei o dia em que desisti de aparecer por lá porque não tinha coragem de continuar a magoar o meu coração. Porque foste embora? Porque foste sem me dizer um simples "até já" ou um "adeus"? Porque desapareceste sem deixar rasto? Neste momento as lágrimas escorrem-me pela face por me lembrar do quão parvo foste, do quão parva fui por achar que existia um elo de ligação entre nós. E é ai que tu apareces. Sentas-te ao meu lado, enxugas-me as lágrimas e ficas a olhar para mim. O meu coração volta a nascer de novo. Volta a palpitar por ti como sempre fazia quando nos encontrávamos. Mas não podia ser. Tu irias voltar a fazer o mesmo. Ias voltar a fugir sem dar explicação. E foi ai que me disseste: «Eu não fui embora, estive sempre aqui. Observei-te todos os dias. Vi a maneira como caminhavas pela praia, como observavas o mar enquanto esperavas por mim. Presenciei a tua ida de vez com as lágrimas a caírem-te pelo rosto por achares que nunca mais me voltarias a encontrar. Peço desculpa por ter-te causado tanta dor, peço desculpa por ter ido embora sem dar uma única razão. Nunca o quis fazer, acredita em mim. Eu amo-te! Era e é um sentimento tão grande que não soube como lidar com ele. Não soube como te explicar que te amava e amo apenas conhecendo de ti todas aquelas histórias que trocamos. Sei que não é desculpa, mas nunca fui bom a lidar com tamanho sentimento. Perdoa-me. Perdoa-me pois nunca quis magoar-te. Nunca te quis deixar sozinha. Nunca quis que achasses que sou um covarde. Sei que devia ter estado aqui sempre e não estive. Mas agora estou e é para ficar, acredita. Nunca mais sairei do teu lado. A propósito, chamo-me Afonso e não consigo parar de pensar em ti. Amo-te!» Parecia que me tinha lido os pensamentos…